terça-feira, 15 de maio de 2012

Teoria dos Dois Mundo Defendida por Platão

Platão em seus estudos conheceu e se aprofundou nas teorias de dois dos maiores filósofos pré-socráticos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de Eléia. Antagônicas entre si, Platão reconheceu certo acerto na filosofia de ambos os filósofos e procurou resolver o problema criando sua própria teoria.

De Heráclito, Platão considerou correto as percepções do mundo material e sensível, das imagens e opiniões. Para ele, a matéria era algo imperfeito, em constante estado de mudança.

Platão afirma haver dois mundos diferentes e separados: 1) o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e 2) o mundo das idéias gerais (inteligível), "das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos".[2]

Platão, assim, tenta superar a oposição de Heráclito à mutabilidade essencial do ser e a posição de Parmênides, para qual o ser é imóvel, relacionando o mundo das idéias ao ser parmenídeo e o mundo dos fenômenos ao devir heraclitiano.

Para explicar melhor sua teoria, Platão cria no livro VII da República o mito da Caverna, segundo o qual imagina uma caverna onde estão os homens acorrentados desde a infância, de tal forma que não podem se voltar para a entrada e apenas enxergam uma parede ao fundo. Ali são projetadas sombras das coisas que se passam às suas costas, onde há uma fogueira. Platão afirma que se um dos homens conseguisse se libertar e contemplar a luz do dia, os verdadeiros objetos, ao voltar à caverna e contar as descobertas aos companheiros seria dado como louco.

Platão procura responder este problema no "Mênon", quando explica que o intelecto pode aprender as idéias porque ele é, também, como as idéias, incorpóreo. A alma, antes de prender-se ao corpo, teria contemplado as idéias com os deuses. Com isso Platão afirma a imortalidade.

Daí, no entanto, surge outro problema, que o próprio Platão levantou no diálogo "Parmênides".

Se a imortalidade liga a alma às idéias, como explicar o relacionamento entre as formas e os objetos físicos, entre o incorpóreo e o seu oposto, o corpóreo?

A relação entre as formas e os objetos físicos que lhe são correspondentes é a outra grande questão levantada por Parmênides. Platão procura resolvê-la através das noções de participação (por exemplo: um animal só é um animal enquanto participa da idéia de animal em si) e a de imitação, mas ele próprio cria diversas objeções a essas noções, muitas das quais serão usadas por filósofos posteriores, incluindo seu discípulo Aristóteles.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Teoria Defendida por Sócrates Maiêutica

Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior do Homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complexas. A maiêutica baseia-se na idéia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz.
A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude.

Há certa divergência historiográfica sobre a utilização de tal método por Sócrates. Historiadores afirmam que a denominação e associação de tal método ao filósofo decorre da narração, não necessariamente fiel, da vida de Sócrates por Platão. Deve-se chamar, então, a instrumentação argumentativa do filósofo de elenkhos.

Sócrates foi, sem sombra de dúvida, um dos Homens mais sábios que já passaram pela Face da Terra. Ainda o é, uma vez que suas idéias se perpetuam até hoje em nossa sociedade, já que ele mesmo dizia que o Sócrates que seus discípulos conheciam ou deviam conhecer não morreria nunca, que a Idéia que ele encarnava, não era dele, mas imortal e universal. Foi um Homem simples, roupas nada ostentadoras, que a dava por Atenas aplicando a maiêutica em suas conversas com o propósito de descobrir a Verdade, encontrar o saber. Considerava-se nada sapiente. Considerá-lo seria não o ser! Ele desmanchava os conceitos e definições alheias com perguntas. Desconstruía todas as construções com alicerces de vento, ia mais fundo. Quanto mais fundo ia, mais percebia que o Saber não tem fim.

A Maiêutica de Sócrates consiste em perguntar, em interrogar, em inquirir: “O que é isto? O que significa?” E isto ele faz andando pelas ruas, pelas praças, indagando das pessoas.

Ao general ateniense que encontra – ele está preocupado em averiguar o que é a coragem – diz para si: ”Aqui está: este é quem sabe o que é ser corajoso, visto que é o general, o chefe.” Aproxima-se e diz: “Você que é um general do exército ateniense, tem que saber o que é a coragem.” Então o outro lhe diz: “Mas é claro! Como não vou saber o que é coragem? Ela consiste em atacar o inimigo e nunca fugir.” Sócrates para, pensa, coça a cabeça e lhe diz: “Sua resposta não é totalmente satisfatória.” E faz ver ao general que muitas vezes é preferível retroceder para atrair o inimigo a uma posição mais favorável para destruí-lo. O general concorda e dá outra definição ou complementa a anterior. E Sócrates exerce, outra vez, sua crítica interrogativa e nunca está satisfeito com as respostas que vão sendo dadas.

Dessa forma, faz com que a definição inicial vá passando pelo crivo das indagações e aperfeiçoando-se por extensões e reduções até ficar o mais exata possível, mas nunca a ser definitiva. Para a Maiêutica, o conhecimento está latente no homem, só e necessário criar condições para que ele passe da potência ao ato, aflore, numa espécie de recordação, reminiscência. Educar no sentido verdadeiro e superior. Educação vem do latim educere, literalmente trazer para fora, sobressair, emergir do estado potencial para o estado de realidade manifestada.

Nos diálogos platônicos, que reproduzem cenas da atuação de Sócrates, nenhum deles chega a uma solução definitiva: todos se interrompem dando a entender que é preciso continuar perguntando, perguntando e continuar encontrando dificuldades, novos desafios e mistérios na última definição dada e que o assunto nunca se esgota. Esse método é típico de tudo que Platão nos deixou escrito nos diálogos socráticos.

Para Platão, quando não sabemos nada, ou aquilo que sabemos, o sabemos sem tê-lo procurado como a opinião, é um saber que não vale nada, mas quando queremos saber, aproximar-nos do conhecimento elevado, reflexivo, temos mais chances de compreender. Opinião, crença, doxa em grego, é o que pensamos que sabemos, mas não fundado no conhecimento racional, portanto, não é nada. A Dialética platônica consiste exatamente na discussão de todos os aspectos, todos os prós e contras de um determinado tema até que possamos depurá-lo e chegar perto de seu verdadeiro significado, autêntico, real e que ele chama de episteme, ciência.

sábado, 12 de maio de 2012

Intersubjetividade e Pedagogizador

A intersubjetividade na educação tem em vista a valorização social, política, econômica e ética de uma reflexão sobre os rumos da educação na complexibilidade da sociedade.

A tarefa da educação é desafiar essa complexibilidade mediante o agir comunicativo. A educação contribui significadamente com o processo de desenvolvimento do aluno a partir da interpretação e análise critica dos fenômenos culturais do seu cotidiano levando-os aos exercícios de uma prática de saber e construir a vida.

A escola deve levar em consideração as mudanças que ocorrem na sociedade inclusive o modelo técnico cientifico pautado pela razão instrumental com intenção de preparar o educando para os fenômenos que surge como a globalização, crise econômica e a política de mercado.

A pratica da intersubjetividade no campo da educação supera o modelo pedagogizador ao produzir indivíduos mais livre, autônomos, capazes de avaliar seus atos à luz dos acontecimentos, à luz das normas sociais legitimas.

Estilo “pedagogizador” resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não revela para as necessidades reias do aluno.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Filosofia Moderna

A FILOSOFIA MODERNA

A filosofia da idade moderna nasceu aos trabalhos dos protagonistas do renascimento cultural e cientifico entre eles Nicolau Copérnico, Leonardo da Vinci e dos  esforços de cientistas e pensadores como Galileu Galilei , Francis Bacon, René Descartes e Emanuel  Kant e tem suas características.

·         Racionalismo: A filosofia  moderna propriamente falando iniciou-se com a teoria do conhecimento do René  Descartes. Conhecido como pai da filosofia moderna, parece que ele levou muito a sério as palavras do Leonardo da Vinci que diz “ Quem muito pensa pouco erra!”



·         Empirismo: Quando Leonardo da Vinci afirma que “ A sabedoria é filha da experiência” ele de fato resume em poucas palavras a crenças dos empiristas ingleses cujo trabalho antecedente por quase um século.



·         Perfectibilidade: Os precursores da filosofia moderna entre  eles Leonardo da Vinci, Copérnico e Galileu acreditaram na perfectibilidade da natureza e defenderam a teoria da perfectibilidade da razão humana. Iniciou-se uma busca por expressar, entender, explicar pela razão perfeita a natureza perfeita”.

Caracteristicas Gerais Iluminismo

O Iluminismo valorizou o conhecimento como instrumento de libertação e progresso da humanidade, levando o homem à sua autonomia e a sociedade à democracia, ou seja, ao fim da opressão. Tornando de base suas palavras, o iluminismo como movimento dentro da modernidade, mantendo a ênfase na racionalidade, tem características próprias tais como:

·         A Liberdade e o fim da Opressão:

“ A liberdade é condição para que a sociedade siga seu curso natural rumo ao Esclarecimento”.

O pensamento iluminista influenciou os grupos responsáveis por movimentos de libertação seu efeito foi sentido de maneira muito particular na França e foi um dos fatores catalisadores da Revolução Francesa.



·         Vulgarização da Filosofia e a Literatura Clandestina:

Autores do Iluminismo francês como Voltaire e Diderot entenderam a vulgarização (popularização) da filosofia e do conhecimento essenciais para o desenvolvimento do homem e, portanto, da sociedade.



·         O projeto dos Enciclopedistas:

Como parte do processo de esclarecimento, os iluministas buscaram disponibilizar a população o conhecimento por tanto tempo controlado exclusivamente pelos doutores. Com o alvo de reunir todo o conhecimento disponível a apresentar à sociedade uma versão perfeito e final.

Racionalismo e Empirismo

RACIONALISMO

O racionalismo é uma doutrina que surgiu na era de 1300 antes  de cristo. Os filósofos racionalismo utilizaram a matemática como instrumento da razão para explicar a realidade.

A escola racionalismo, inauguração por René descartes (1596 – 1650) tem um posicionamento diferente em relação à maneira como é adquirido a conhecimento vivendo em maneira ambiente  diferente dos empiristas.

Os filósofos  racionalismo foram mais apegados na conceito imutáveis, como os das ciências teóricas ( matemática e geometria). Para os filósofos racionalistas, cujos representantes principais foram Descartes é necessário descobrir uma metodologia de investigação filosóficas sobre a qual se pudesse construir todo o conhecimento. A resposta a esta questão, encontrada por Descartes,  foi que o conhecimento válido não provem da experiência, mas encontra – se inato na alma. Em relação ao método  para atingir esse conhecimento, o filosofo francês propõe colocar em dúvida qualquer conhecimento que não seja claro e distinto. Este conhecimento pode ser obtido através da análise racional, com a qual é possível apreender a natureza verdadeira e imutável das coisas.

Trato –se, de certa forma, de uma reendição do platonismo, possibilitando a metafísica e a aceitação de um moral baseada em princípios tidos como racionais e universalmente válidos.

EMPIRISMO

O empirismo é uma doutrina que reconhece a experiência  como a única fonte válida de conhecimento em  oposição à crença racionalista, que se fundamenta em grande parte na razão.

Como o empirismo surgiu uma nova e trace dental etapa na historia da filosofia, tornando possível o aparecimento da moderna metodologia cientifica. Ele apresenta várias ramificações, mas mesmo assim é possível caracteriza ló a partir de seis afirmações básicas que são:

·         “não há ideias inatas, e nem conceitos abstratos;

·         O conhecimento  se reduz a impressões sensíveis e a ideia definidas como cópias enfraquecidas das impressões sensoriais;

·         As qualidades sensíveis são subjetivas;

·         As relações entre as ideias reduzem se as associações;

·         Os primeiros princípios, e em particular o da causalidade, reduzem –s e associações  de ideias convertidas e generalizadas sob forma de associações habituais;

·         O conhecimento é limitado aos fenômenos e toda a metafísica, conceituada em seus termos convencionais, é impossível.”

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pensamentos Educacionais Platão e Aristóteles

Platão


Filósofo grego, discípulo de Sócrates, preocupou-se profundamente com os problemas políticos inerentes ao desenvolvimento social e cultural do povo grego.
Em sua obra, A República, expõe o seu ponto de vista sobre a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos.

Na história das idéias, o grego Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro pedagogo, não só por ter concebido um sistema educacional para o seu tempo mas, principalmente, por tê-lo integrado a uma dimensão ética e política. O objetivo final da educação para o filósofo, era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.

Platão foi o segundo da tríade dos grandes filósofos clássicos, sucedendo Sócrates (469-399 a.C.) e precedendo Aristóteles (384-322 a.C.), seu discípulo. Como Sócrates, Platão rejeitava a educação que se praticava na Grécia em sua época e que estava a cargo dos sofistas, incumbidos de transmitir conhecimentos técnicos – sobretudo a oratória – aos jovens da elite, para torná-los aptos a ocupar as funções públicas. “Os sofistas afirmavam que podiam defender igualmente teses contrárias dependendo dos interesses em jogo”. “Platão, ao contrário, pensava em termos de uma busca continuada da virtude, da justiça e da verdade”.

Para Platão, “toda virtude é conhecimento”. Ao homem virtuoso, segundo ele, é dado conhecer o bem e o belo. A busca da virtude deve prosseguir pela vida inteira – portanto, a educação não pode se restringir aos anos de juventude. Educar é tão importante para uma ordem política baseada na justiça – como Platão preconizava – que deveria ser tarefa de toda a sociedade.

O ideal da escola pública

Baseado na idéia de que os cidadãos que têm o espírito cultivado fortalecem o Estado e que os melhores entre eles serão os governantes, o filósofo defendia que toda educação era de responsabilidade estatal – um princípio que só se difundiria em Ocidente muitos séculos depois. Igualmente avançada, quase visionária, era a defesa da mesma instrução para meninos e meninas e do acesso universal ao ensino.

Contudo, Platão era um opositor da democracia – há estudiosos que o consideram um dos primeiros idealizadores do totalitarismo. O filósofo via no sistema democrático que vigorava na Atenas de seu tempo uma estrutura que concedia poder a pessoas despreparadas para governar. Quando Sócrates, que considerava “o mais sábio e o mais justo dos homens”, foi condenado à morte sob acusação de corromper a juventude, Platão convenceu-se, de uma vez por todas, de que a democracia precisava ser substituída.

Para ele, o poder deveria ser exercido por uma espécie de aristocracia, mas não constituída pelos mais ricos ou por uma nobreza hereditária. Os governantes tinham de ser definidos pela sabedoria. Os reis deveriam ser filósofos e vice-versa. “Como pode uma sociedade ser salva, ou ser forte, se não tiver à frente seus homens mais sábios?”, escreveu Platão.

Estudo permanente

A educação, segundo a concepção platônica, visava a testar as aptidões dos alunos para que apenas os mais inclinados ao conhecimento recebessem a formação completa para ser governantes. Essa era a finalidade do sistema educacional planejado pelo filósofo, que pregava a renuncia do indivíduo em favor da comunidade. O processo deveria ser longo, porque Platão acreditava que o talento e o gênio só se revelam aos poucos.

A formação dos cidadãos começaria antes mesmo do nascimento, pelo planejamento eugênico da procriação. As crianças deveriam ser tiradas dos pais e enviadas para o campo, uma vez que Platão considerava corruptora a influência dos mais velhos. Até os 10 anos, a educação seria predominantemente física e constituída de brincadeiras e esporte. A idéia era criar uma reserva de saúde para toda a vida. Em seguida, começaria a etapa da educação musical (abrangendo música e poesia), para se aprender harmonia e ritmo, souber que criariam uma propensão à justiça, e para dar forma sincopada e atrativa a conteúdos de Matemática, História e Ciência. Depois dos 16 anos, à música se somariam os exercícios físicos, com o objetivo de equilibrar força muscular e aprimoramento do espírito.

Aos 20 anos, os jovens seriam submetidos a um teste para saber que carreira deveriam abraçar. Os aprovados receberiam, então, mais dez anos de instrução e treinamento para o corpo, a mente e o caráter. No teste que se seguiria, os reprovados se encaminhariam para a carreira militar e os aprovados para a filosofia – neste caso, os objetivos dos estudos seriam pensar com clareza e governar com sabedoria. Aos 35 anos, terminaria a preparação dos reis-filósofos. Mas ainda estariam previstos mais 15 de vida em sociedade, testando os conhecimentos entre os homens comuns e trabalhando para se sustentar. Somente os que fossem bem-sucedidos se tornariam governantes ou “guardiães do Estado”.



















Aristóteles


Filósofo grego, discípulo de Platão, do qual bastante divergiu, estuda no seu livro Política a organização do Estado e distingue três formas de Administração pública: Monarquia, Aristocracia e Democracia.

De todos os grandes pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que mais influenciou a civilização ocidental. Até hoje o modo de pensar e produzir conhecimento deve muito ao filósofo. Foi ele o fundador da ciência que ficaria conhecida como lógica, e suas conclusões nessa área não tiveram contestação alguma até o século 17. Sua importância no campo da educação também é grande, mas de modo indireto. Poucos de seus textos específicos sobre o assunto chegaram a nossos dias. A contribuição de Aristóteles para o ensino está principalmente em escritos sobre outros temas.

As principais obras de onde se podem tirar informações pedagógicas são as que tratam de política e ética. “Em ambos os casos o objetivo final era obter a virtude”, diz Carlota Boto, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. “Em suas reflexões sobre ética, Aristóteles afirma que o propósito da vida humana é a obtenção do que ele chama de vida boa. Isso significava ao mesmo tempo vida ‘do bem’ e vida harmoniosa.” Ou seja, para Aristóteles, ser feliz e ser útil à comunidade eram dois objetivos sobrepostos, e ambos estavam presentes na atividade pública. O melhor governo, dizia ele, seria “aquele em que cada um melhor encontra o que necessita para ser feliz”.

Cultivo da perfeição

“A educação, para Aristóteles, é um caminho para a vida pública”, prossegue Carlota. Cabe à educação a formação do caráter do aluno. Perseguir a virtude significaria, em todas as atitudes, buscar o “justo meio”. A prudência e a sensatez se encontrariam no meio-termo, ou medida justa – “o que não é demais nem muito pouco”, nas palavras do filósofo.

Um dos fundamentos do pensamento aristotélico é que todas as coisas têm uma finalidade. É isso que, segundo o filósofo, leva todos os seres vivos a se desenvolver de um estado de imperfeição (semente ou embrião) a outro de perfeição (correspondente ao estágio de maturidade e reprodução). Nem todos os seres conseguem ou têm oportunidade de cumprir o ciclo em sua plenitude, porém. Por ter potencialidades múltiplas, o ser humano só será feliz e dará sua melhor contribuição ao mundo se desfrutar das condições necessárias para desenvolver o talento. A organização social e política, em geral, e a educação, em particular, têm a responsabilidade de fornecer essas condições.



Ninguém nasce virtuoso

A virtude, para Aristóteles, é uma prática e não um dado da natureza de cada um, tampouco o mero conhecimento do que é virtuoso, como para Platão (427-347 a.C.). Para ser praticada constantemente, a virtude precisa se tornar um hábito. Embora não se conheça nenhum estudo de Aristóteles sobre o assunto, é possível concluir que o hábito da virtude deve ser adquirido na escola.

Grande parte da obra que originou o legado aristotélico se desenvolveu em oposição à filosofia de Platão, seu mestre e fundador da Academia ateniense, que Aristóteles frequentou durante duas décadas. Posteriormente, ele fundaria uma escola própria, o Liceu. Uma das duas grandes inovações do filósofo em relação ao antecessor foi negar a existência de um mundo supra-real, onde residiriam as ideias. Para Aristóteles, ao contrário, o mundo que percebemos é suficiente, e nele a perfeição está ao alcance de todos os homens. A oposição entre os dois filósofos gregos – ou entre a supremacia das ideias (idealismo) ou das coisas (realismo) – marcaria para sempre o pensamento ocidental.

A verdade científica

A segunda inovação de Aristóteles foi ao campo da lógica. De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão, segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista por intermédio do diálogo.

Aristóteles quis criar um método mais seguro e desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo. Ele consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, decorre das duas anteriores necessariamente, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo é o seguinte. Todos os homens são mortais. Sócrates é um homem. Portanto, Sócrates é mortal. Isso não basta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como as contidas nas duas proposições iniciais.
Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade e são chamadas de axiomas. A observação empírica – isto é, a experiência do real – ganha, assim, papel central na concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão.

Imitação, o princípio do aprendizado

Aristóteles não era, como Platão, um crítico da sociedade e da democracia de Atenas. Ao contrário, considerava a família, como se constituía na época, o núcleo inicial da organização das cidades e a primeira instância da educação das crianças. Atribuía, no entanto, aos governantes e aos legisladores o dever de regular e vigiar o funcionamento das famílias para garantir que as crianças crescessem com saúde e obrigações cívicas. Por isso, o Estado deveria também ser o único responsável pelo ensino. Na escola, o princípio do aprendizado seria a imitação. Segundo ele, os bons hábitos se formavam nas crianças pelo exemplo dos adultos. Quanto ao conteúdo dos estudos, Aristóteles via com desconfiança o saber "útil", uma vez que cabia aos escravos exercer a maioria dos ofícios, considerados indignos dos homens livres.

Para pensar

Aristóteles acreditava que educar para a virtude era também um modo de educar para viver bem – e isso queria dizer, entre outras coisas, viver uma vida prazerosa. No mundo atual, nem sempre se vê compatibilidade entre a virtude e o prazer




quinta-feira, 26 de abril de 2012

O mito



O mito apesar de ser um conceito não definido de modo preciso e unânime, constitui uma realidade antropológica fundamental, pois ele não só representa uma explicação sobre as origens do homem e do mundo em que vive, como traduz por símbolos ricos de significados o modo como um povo ou civilização entende e interpreta a existência.
Mito é uma narrativa tradicional de conteúdo religioso, que procura explicar os principais acontecimentos da vida por meio do sobrenatural. O conjunto de narrativas desse tipo e o estudo das concepções mitológicas encaradas como um dos elementos integrantes da vida social são denominados mitologia.

 A elaboração deste trabalho pretende no fundo tentar perceber até que ponto o mito é importante ou não para o desenvolvimento social, cultural e psicológico do homem.
O mito só fala daquilo que realmente aconteceu do que se manifestou, sendo as suas personagens principais seres sobrenaturais, conhecidos devido aquilo que fizeram no tempo dos primórdios. Os mitos revelam a sua actividade criadora e mostram a “ sobrenaturalidade” ou a sacralidade das suas obras. Em  suma os mitos revelam e descrevem as diversas e frequentemente dramáticas eclosões so sagrado ou sobrenatural nomundo. É está “ intormição” ou eclosão do sagrado (sobrenatural), que funda, que dá origem ao mundo tal como ele é hoje. Sendo também graças à intervenção de seres sobrenaturais que o homem é o que é hoje.
Muitas histórias mitológicas conservam – se na mente das pessoas, dando uma certa, perspectivas daquilo que acontecia em suas vidas.
Aquilo que os seres humanos têm em comum revela – se no mito. Segundo Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar – nos para dentro.

Assim sendo os mitos têm como tema principal e fundamental que é a busca da espiritualidade interior de cada um d nós.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Filosofia e filosofia de Vida

Filosofia e filosofia da vida

Filosofia é o campo do estudo do para quê.

·         Para quê estamos vivos?

·         Para quê trabalhamos?

·         Para quê criamos uma organização?

filosofia  é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existencia ao conhecimento, à  verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação  lógica, a análise conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori.
FILOSOFIAS DE VIDA

Na nossa vida vivemos de forma controversa, cheia de indecisões e problemas, onde temos sempre dois caminhos a seguir/escolher, que é inevitávelmente e inconfundivelmente , o bom ou o mau; a maior parte de nós claro que prefere escolher sempre o bom, ir sempre para o mais correcto, o eticamente correcto, o melhor para para nós, aquilo que nos vai levar a ficar bem e felizes ou pelo menos satisfeitos e bem com nós mesmos (a decisão que formos a tomar vai-se reflectir no nosso estado de espírito, na nossa confiança para com o mundo e para com nós mesmos), agora falando no antónimo de bom, das duas uma, ou temos consciência do caminho que estamos a seguir, um caminho mau ou quando o escolhemos pensamos à partida que foi a melhor melhor decisão que podíamos ter tomado, não sabendo que que estavamos a seguir um mau caminho, um caminho que nos irá levar ao abismo ou simplesmente nos levará áquilo que não queriamos que acontesse, aquilo que não era afinal de contas, o mais desejado.
Há várias escolas de pensamento antigo, defendendo que a nossa felicidade depende muito daquilo que se passa na nossa mente. As nossas insatisfações e medos são causa de infelicidade, e isso está muito ligado aos nossos pensamentos e à nossa atitude positiva ou negativa face à vida. Séneca – e os filósofos estóicos em geral – é um dos grandes expoentes deste pensamento.